18 de fevereiro de 2018

my late valentine

you  o n e
long mane bastard
you corrupt my soul

i cry tears of your saliva
spit your sweat
bleed your genes

you  o n e
taste like bricks
you put my life on fire

you  o n e
take me to deserted places
you're no one

you  o n e
tell me to go back
you never came back

you  o n e
swear yourself
you're not the one

i swore to let go
you let it go too

11 de março de 2017

tinta

perder os rascunhos
não perder a sensação
de não pertencer a
coração nenhum

jogas melhor que eu

tens menos práctica
mais emoção
mais travagens
menos empurrão
é mais difícil te conduzir
que comandar um planeta
inteiro
inteiro
inteiro
inteiro
até que ponto estou inteiro?

16 de fevereiro de 2017

enzimas

de meio em meio bartender
tropeço no segurança à entrada
se me lembro de quantas vezes
fui barrada
é porque está na hora de me deixarem
passar.

tragam a rede de protecção
começa o espectáculo de equilibristas.

7 de janeiro de 2017

para todos

guardar-te nas mãos
nos dedos
na pele
deixar-te açoitar
os meus sentidos em vão.
basta um não
que eu fico para sempre.

9 de outubro de 2016

ode ao caos III

hoje brinquei mais de uma hora com o gato
hoje passei a tarde fora de casa
hoje deitei umas lágrimas
da altura em que
brincava
com a palavra
morrer
lembra-te da altura em que
brincava com a palavra morrer
e ria
e não morria todos os dias
todos os dias eram vida
vida era tudo o que me rodeava
tudo o que me rodeava era
bom
e agora brinco mais a sério
e hoje
que brinquei
que saí
que chorei
hoje choro por renascer.

20 de setembro de 2016

like a bird on the wire

voltar a lisboa
as conversas banais
o mojito grátis
contas privadas
públicas
a varredora automática
luzes
confusão
acção
abro as cordas do coração
//
sabias a laranja
não sei se sabias o quanto eu
queria
que fosses o meu chá das
fossem que horas fossem
e me aquecesses
docinho
chá da selva
fico sem sentidos
abri as cordas do coração

30 de julho de 2016

rejeição

voltei a escrever
voltei a chorar
e dentro do estômago
parou de nevar
mais uma vez
tenho um revólver comigo
o mesmo que abriu sete pontos
na cabeça do inimigo
ou foi ele que me ensinou
ou este ódio a mim próprio
cresceu do chão.
pois é que isto agora
dizem
está caótico
até sem caos à vista
sem cais nem pista
triste derrota esta
de quem
pela enésima vez hoje
quer morrer
de uma vez por todas.

mais vale começarem
a despedir-se de mim.

28 de julho de 2016

notícias

atenção
atenção
atenção
que tensão
preciso de atenção
ou caio redondo no chão
perco a vontade até de morrer
porque tenho sede louca de visão
e, atenção!
não estou apaixonado
juro que não
mas
agenda uma vaga no teu calendário
ui
que apertado
já não cabe emoção.